Nota de repúdio: Assédio sexual e verbal no transporte público

Por Débora Bomfim

Nós, do Diretório Central das e dos Estudantes Livre Carlos Marighella e Coletivo Feminista Laudelina de Campos Melo, viemos a público manifestar nosso repúdio ao fato de violência que uma estudante da universidade sofreu na sexta-feira (28/08/15) dentro de um ônibus da linha Itabuna/Salobrinho. O agressor (sim isso mesmo, pois ele agrediu uma mulher, foi uma agressão verbal, pois ao proferir xingamentos a estudante e fazer gestos obscenos para a mesma. Isso caracteriza uma VIOLÊNCIA) é um estudante da mesma universidade. Insatisfeito por aparecer em uma gravação de vídeo sobre a “festinha do último ônibus” (outros estudantes estavam filmando, mas ele apenas dirigiu sua revolta a garota, por que será?) ele expôs a mesma, com gestos obscenos e palavras de baixo calão humilhando-a e oprimindo com a intenção de reduzi-la a nada, fazendo a vitima se sentir culpada, com vergonha e acanhada. A estudante que até então não havia reagido, ao ser chamada por uma amiga e tentar passar pelo agressor depois de pedir licença foi encochada.
Em uma sociedade patriarcal, machista, preconceituosa e sexista, a violência contra a mulher vem sendo utilizada
metodicamente para subjugar a nós mulheres, nos dominar, desqualificar, castigar pela transgressão e pela busca permanente de sermos donas de nossos projetos de existência. Roubam nossa possibilidade de existir e ser autônomas, rompendo as regras de sujeição que o machismo nos impõe, todos os dias. Nesta sociedade em que a mulher infelizmente ainda é vista como objeto, a mesma ainda vem sendo educada para se manter calada, nunca expressar suas opiniões, seus anseios ou até mesmo o direito de denunciar as violências que sempre sofreram no âmbito do público e do privado (casa e rua, por exemplo).
Só através de muitas lutas que nós mulheres estamos erguendo a voz, por isso não podemos nos calar sobre hipóteses algumas. Infelizmente esses atos acontecem porque o machismo é algo culturalmente aceito. Porque ele é repetido à exaustão como algo inofensivo. Até quando ainda seremos vitimas de violência, todos os dias, pelo simples fato de termos nascido mulher?
Nenhum tipo de violência contra nós mulheres, seja ela física, moral, sexual, psicológica, patrimonial e verbal não pode continuar sem rigorosa punição.
O nosso mais veemente repúdio.





Débora Bomfim é cientista social e compõe o CFLCM.

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