Frida – Prepare-se para ser seduzido (EUA, 2002)
Por Vanessa Aguiar
O
filme que venceu o Oscar duas vezes, e foi premiado pelo Globo de Ouro e o
BAFTA, conta a história da pintora, patriota, comunista e revolucionária, Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon, conhecida
popularmente como Frida Kahlo, uma das artistas mais marcantes da história do
México.
O
drama biográfico relata a vida da Frida, desde a adolescência até a sua morte,
cheia de superações e traumas. Embora o filme não retrate, o sofrimento de Frida
começou aos seis anos, quando contraiu poliomielite, que causou uma atrofia no
seu pé direito, e a deixou com uma perna mais fina que a outra.
Com
18 anos de idade, quando voltava de bondinho da Escola Preparatória
Nacional, onde estudava medicina, Frida e o seu noivo, sofreram um grave acidente, no qual Frida
ficou entre a vida e a morte. A barra de ferro do bonde transpassou o abdômen,
coluna, pélvis e vagina, ela passou por 35 cirurgias, e sua recuperação levou
vários meses, foi durante esse período que surgiu a grande pintora e que
Alejandro acabou abandonando-a.
Por conta da sua (quase) invalidez, o pai de
Frida adaptou uma tela com cavalete e espelho sobre sua cama, para que ela
pudesse pintar deitada e ter alguma distração, e assim ‘nasceu’ o primeiro dos
55 auto-retratos da surrealista.
Dois anos depois, Frida ousou em levar três de
seus quadros para que Diego Rivera - um famoso pintor da época, que ela
conheceu antes do acidente, quando estudou na Escola Preparatória Nacional – pudesse
avaliar. Nesse encontro, Frida despertou o interesse de Diego não só pelas suas
telas; eles se apaixonaram, e ela revelou-se como uma artista extraordinária.
Nove anos depois, Frida e Diego se casam, e
começam uma relação aberta, extremamente conturbada e marcada por diversos
casos extraconjugais de ambos. Um ano depois, Frida engravida, sofre o primeiro
dos três abortos, e descobre que é infértil devido ao estado
delicado de saúde. Mesmo com todas as dificuldades, e tendo que usar um colete
de gesso, Frida faz várias viagens com Diego, e revela para o mundo suas obras,
conquistando e encantando vários artistas que conheceu.
Pouco tempo depois, Frida é hospitalizada nos
Estados Unidos por causa do segundo aborto espontâneo, e no mesmo ano sua mãe
morre de câncer. Em 1934, já de volta ao México, Frida sofre o terceiro aborto,
e tem os dedos dos pés amputados.
No começo do relacionamento, a pintora cobra ao
parceiro apenas lealdade, o que não acontece, pois Diego é flagrado fazendo
sexo com a irmã mais nova de Frida, e eles acabam se divorciando, porém algum
tempo depois eles se reconciliam e voltam a morar juntos no México.
Em 1936, ela passou por novas cirurgias nos pés,
teve problema de úlcera, anorexia e ansiedade. Um ano depois, Frida conhece
Leon Trotski que se refugiou em sua casa junto com a esposa Natalia Sedova, o
qual teve o seu mais famoso caso de amor.
A primeira exposição individual de Frida foi
incentivada pelo escritor, poeta e surrealista André Breton, que ficou maravilhado
por suas obras, e a apresentou ao colecionador e dono de uma galeria de Nova
York, Julian Levy, que se responsabilizou em organizar o evento. A exposição
obteve muito sucesso, e foi realizado em diversos lugares, como Paris, onde Frida
conheceu renomeados artistas como Pablo Picasso, Kandinsky, Marcel Duchamp,
Paul Eluard e Max Ernst.
Em 1939, Diego e Frida se separam novamente, quando ela já está com as pernas amputadas, porém
Diego resolve pedi-la em casamento outra vez, e ela o aceita. Reconciliados pela terceira vez, o casamento continua conturbado, mas eles ficaram juntos até o último dia da vida dela.
Diego resolve pedi-la em casamento outra vez, e ela o aceita. Reconciliados pela terceira vez, o casamento continua conturbado, mas eles ficaram juntos até o último dia da vida dela.
Frida, como patriota assumida, sempre demonstrou
a necessidade e o desejo de expor suas obras na Cidade do México, e um ano
antes de sua morte ela consegue realizar esse sonho. No final do filme, já com as
pernas amputadas, pneumonia, e completamente debilitada, Frida recebe a
recomendação médica que não deve sair da cama, e ela, como sempre persistente e
audaciosa, é carregada até a exposição em cima da cama por vários homens, para
prestigiar um dos momentos mais importantes da sua vida.
Frida
Kahlo: Exemplo de luta contra as limitações sejam elas físicas ou psicológicas
Uma das coisas mais fascinantes no filme, é a
interação entre as telas e a realidade da artista. A cada cena, um momento
marcante, e uma obra sempre aparece para retratar os sentimentos da pintora, na
época. A diretora consegue transmitir, não só a personalidade da mulher Frida
Kahlo, mas também a sensibilidade da artista, e nos faz querer conhecer sua
história cada vez mais. Frida é um exemplo de força, perseverança e luta. Ela,
através das suas conquistas, ensina a batalharmos contra todo tipo de limitação,
sempre acreditando no potencial que temos, sem desistir de realizar os nossos
sonhos.
ALGUMAS
CURIOSIDADES SOBRE FRIDA KAHLO
Frida era bissexual assumida;
Gostava muito de beber cerveja;
Era apaixonada por flores e animais;
Frida se casou com o vestido da empregada de seus pais;
A música ‘Scar Tissue’ da banda Red Hot Chilli Peppers foi
dedicada a Frida Kahlo;
Morreu aos 47 anos.
Vanessa Aguiar, estudante de Jornalismo. Compõe o CFLCM.
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